20 Janeiro 2021
"O papa Francisco tem insistido no fato de que a vida sacerdotal e consagrada tem de ser testemunhada por pessoas felizes, realizadas, de bem com a vida, capazes de atrair para Cristo. Essa insistência de Francisco tem profunda relação com a nova cultura formativa ansiada por todos – na qual a dimensão afetiva-sexual é essencial", escreve Eliseu Wisniewski, ao fazer a resenha do livro Igreja e escândalos sexuais: por uma nova cultura formativa (São Paulo: Paulus, 2019, 328 p.).
Eliseu Wisniewski é presbítero da Congregação da Missão (padres vicentinos) Província do Sul, mestre e doutorando em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e professor na Faculdade Vicentina (FAVI).
Igreja e escândalos sexuais:
por uma nova cultura formativa
É de conhecimento de todos que a formação dos candidatos ao presbiterado é constituída de cinco dimensões: humana, espiritual, comunitária, intelectual e pastoral missionária. No entender das atuais Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (Cf. Documentos da CNBB 110) as cinco dimensões da formação presbiteral têm em vista o “crescimento integral da pessoa do formando” (207). A evolução conjunta e a constante exercitação dessas dimensões nas várias etapas do processo formativo “garantem o estabelecimento de fundamentos sólidos e eficientes para a vida e a missão dos presbíteros” (207).
Em vista de uma opção vocacional livre, consciente e responsável, tratar de modo superficial, desconsiderar ou relativizar a necessidade sempre urgente da formação humana é “privar a formação de seu fundamento” (213). Quando isso ocorre, as consequências são nefastas e o futuro torna-se sombrio para a vida eclesial. Abre-se, assim, espaço para os pseudovocacionados, ou seja, para pessoas sem humanidade - alicerce de toda vocação que pretenda ser verdadeiramente cristã -, que acabarão por manifestar desiquilíbrios humano-afetivos como o autoerotismo presbiteral, o clericalismo, a mediocridade e os escândalos sexuais.
Tendo presente tais riscos, é importante afirmar a necessidade de edificar uma nova cultura formativa. Em vista disso, os professores Alfredo César da Veiga e Ronaldo Zacharias organizaram a obra intitulada: Igreja e escândalos sexuais: por uma nova cultura formativa (São Paulo: Paulus, 2019, 328 p.). O intuito dos organizadores é de contribuir com aqueles que, na Igreja, têm a responsabilidade pelo discernimento vocacional e pelo processo formativo. Apesar de todo o presbitério e toda a comunidade religiosa ter responsabilidade formativa, cabe, de modo especial aos formandos e formadores, empenhar-se para que ir além de uma cultura meramente preventiva e propor uma nova cultura formativa. Por isso, os autores da obra não se atêm a “ajustamentos”, “retoques” e “cuidados meramente cosméticos”, mas tocam os “verdadeiros nós” que, no processo formativo, clamam pela construção de uma nova cultura formativa.
Destacaremos o essencial de cada uma das temáticas com seus respectivos autores no final de cada tópico, concentrando nossa atenção primeiramente nas questões referentes ao abuso sexual infantil (tópicos 1-3) para, em seguida, nos determos nas implicações que derivam para a formação inicial e permanente dos presbíteros (tópicos 4-8).
1) O rompimento do código de silêncio: O abuso sexual infantil é um fenômeno mundial que acontece em diversos contextos: na família, nos esportes, nas mais variadas instituições, afetando uma população aproximada de 11,8 % de crianças, dependendo de cada país. De maneira geral, a taxa de relato de abuso é de 18% para o sexo feminino e de 7,6% para o masculino. Infelizmente, na Igreja católica os abusos sexuais não são exceção, mas um fato inegável, uma espécie de “espinho na carne da Igreja”. A situação é tão séria que tais escândalos chegaram a comprometer séculos de evangelização na Igreja. Membros do clero e de congregações religiosas acusados de abusos sexuais provocaram enormes escândalos, ferindo todos os fiéis. A explosão desses escândalos nos vários continentes nos últimos anos fez com que os Papas Bento XVI e Francisco rompessem com o código de silêncio que, por muito tempo, levou a Igreja a ser considerada cúmplice de tais escândalos. A mudança de postura na atitude da Igreja a fez assumir sua missão profética quanto à proteção de crianças e adolescentes e, ao mesmo tempo, ser voz profética quanto o cuidado pastoral das vítimas de abuso sexual (cf. NEGRI, p. 5-7; cf. SANTOS, p. 11-36; cf. BORGES, p. 89-111);
2) Causas dos abusos sexuais: As razões podem ser de natureza diversificada:
a) individuais, tais como desenvolvimento psicossocial empobrecido, excitação sexual desviante, condições apreendidas, laços de baixa qualidade, solidão e problemas com a intimidade, habilidades sociais empobrecidas, baixa autoconfiança e baixa autoestima;
b) sociais: aceitação social da violência interpessoal, dominação masculina e atitudes negativas em relação às mulheres;
c) socioculturais, tais como: a posição do padre, visto como exemplo de moralidade; a cultura clerical e o clericalismo, que servem, muitas vezes, para defender a própria “categoria”;
d) o sistema educacional, a formação seminarística e a seleção dos candidatos: nem sempre as casas de formação são espaço que favorecem abordar os reais desafios do sacerdócio, as questões mais psicológicas, emocionais e sexuais;
e) a política de transferências: a fim de não provocar escândalos, bispos e superiores provinciais frequentemente transferem o padre abusador para outra paróquia ou até mesmo para outra diocese. O segredo que circunda o espaço eclesial muitas vezes contribui para a formação de uma cultura do abuso (cf. DEMASURE, p. 37-63);
3) Impactos na vida pessoal e eclesial: as marcas do abuso sexual na vida de uma pessoa, seja ela quem for, são profundas e deletérias, deixando “registros negativos não elaborados” que condicionam toda a vida da pessoa, tanto no âmbito relacional quanto no âmbito afetivo, com repercussões na saúde física e psicológica. As consequências do abuso sexual afetam enormemente a vida das vítimas, suas famílias e seus amigos; porém abusos cometidos por padres e religiosos são particularmente danosos, e pelo fato de esses ostentarem o poder religioso, o abuso, em muitos casos, rompe a vivência espiritual e religiosa da vítima. Há ainda os que questionam a validade dos sacramentos recebidos pelas mãos de um padre que cometeu um abuso sexual e sentem que não podem mais rezar a um Deus que parece estar ausente. O abuso sexual fica gravado não apenas no corpo, mas no mais íntimo da personalidade. Além do mais, isso acontece na infância, ou seja, em um momento da vida em que a identidade está em pleno desenvolvimento ( cf. SANTOS, p. 9-22; cf. FARIA, p. 275-280)
4) Equívocos no processo formativo: os candidatos à vida sacerdotal e consagrada dedicam anos da própria existência a um processo formativo que visa ajudá-los a se configurar aos sentimentos de Jesus e a compreender a importância de fazer as opções que Jesus fez. Tendo isso presente, como é possível que pratiquem determinadas ações que os distanciem tanto dos compromissos assumidos, causem danos e sofrimentos irreparáveis, constituindo-se até mesmo em atividades criminosas?
Em suma, em que estamos errando? Atemo-nos aqui a alguns equívocos relacionados ao processo formativo e à sexualidade:
a) considerar a formação humana como “propedêutica”, como algo que antecede a formação “verdadeira e própria”, que é a formação espiritual, pastoral, teológica. Trata-se de um equívoco que pode ocasionar grandes estragos no processo formativo, pois a formação deve ser integral até o fim da vida; além disso, sem uma formação humana adequada, nenhum processo formativo se sustenta; se a graça, como afirmou o papa Francisco, pressupõe a cultura, quanto mais a natureza;
b) acreditar que é possível viver a própria consagração com as mesmas motivações e o mesmo comportamento e as idênticas estratégias dos início, iludindo-se que a conformação aos sentimentos de Jesus é apenas resultado da graça. A estabilidade nunca será definitiva; haverá sempre uma flexibilidade com a qual lidar e sobre a qual intervir;
c) deixar-se levar pela indiferença em relação à mediocridade que, aos poucos, se impõe como estilo de vida, contentando-se com a observância de normas e com a aparência dos comportamentos – as várias dimensões do processo formativo acabam sendo reduzidas mais a normas a serem observadas do que a valores a serem vividos. A mediocridade pode ser assumida como estilo de vida desde a formação inicial, constituindo-se uma armadilha na qual certos perfis de formandos gostam de ficar e da qual todos os formadores deveriam escapar;
d) subestimar a possibilidade de formação de culturas (rigoristas, relativistas, machistas, feministas, homofóbicas) e subculturas (excludentes, hipócritas, agressivas, fóbicas, abusivas) dentro do processo formativo, paralelas e até antagônicas aos objetivos por ele propostos;
e) desconsiderar que os escândalos sexuais são, antes de tudo, relacionais, pois, não raramente, presta-se pouca atenção as diversos modos de relação durante o processo formativo – relações que se caracterizam pelo uso do outro, pelo uso da própria relação em benefício próprio, relações nem sempre respeitosas e maduras com o sexo oposto;
f) supor que algumas recentes mudanças no comportamento do clero, do religiosos ou dos formandos são resultado de maior maturidade dos sujeitos ou de mudanças substanciais no processo formativo, pois ainda não houve tempo para isso; g) minimizar a força e o estrago do poder sacerdotal nas mãos de quem é psicologicamente frágil, abrindo as portas para o abuso do outro em nome de Deus, do sacerdócio, do altar, do confessionário etc;
g) acreditar que todos os casos de abuso sexual resultam de patologias não identificadas no devido tempo, pois os abusos sexuais são consequência final de uma série de compensações afetivo-sexuais ou simplesmente de uma vida celibatária que se tornou medíocre;
h) reduzir a questão do abuso sexual a uma questão comportamental, ignorando a complexidade dos fatores que entram em jogo neste campo;
i) presumir-se superior àqueles que têm algum problema referente à conduta sexual imprópria;
j) considerar o celibato sacerdotal e/ou voto de castidade como opções iguais às demais, no sentido de “naturais ou comuns”;
l) considerar continência como sinônimo de castidade (continência significa abstenção do sexo para a experiência de prazer, e castidade, a integração da sexualidade na personalidade);
m) não reconhecer a relação entre sexualidade e poder, pois quando a motivação pelo celibato não é autêntica, ela resulta do desejo de impor-se sobre o outro, desejo de poder sobre ele, mascarando a carência de afeto ou vazio existencial (assim devem ser entendidos o carreirismo, o narcisismo, o puxa-saquismo, a duplicidade no trato com que tem poder, a falta de escrúpulo, a busca de prestígio e de fama, a vaidade e o exibicionismo, a inveja e a acidez, a condescendência em relação a si e a implacabilidade em relação aos demais, a rigidez e o autoritarismo, o orgulho e a arrogância, o acúmulo de coisas e de contatos, o apego aos bens e ao dinheiro);
n) reduzir a compreensão do autoerotismo a uma questão física, isto é, à manipulação dos genitais para obtenção e prazer; mesmo sem tocar nos genitais, o comportamento pode ser autoerótico (autoerotismo relacional, autoerotismo pastoral, autoerotismo litúrgico, autoerotismo teológico etc);
o) supor que os formandos sabem o que se espera deles em relação ao celibato e ao voto de castidade; p) acreditar que pessoas consagradas ao serviço e Deus são imunes a disfunções e patologias psicoafetivas (cf. ZACHARIAS, p. 222-234);
5) A formação dos formadores: para que haja uma nova cultura formativa na Igreja, deve-se cuidar da escolha dos formadores. Uma constatação: muitos formadores católicos não estão nesta função por vocação, mas por boa vontade, obediência, desejo de fazer carreira, disponibilidade em função de ter certo tempo livre ou enquanto se espera a aposentadoria, sacrifício decorrente de não haver no momento outra pessoa para suprir a necessidade da congregação ou da diocese. Desta forma, vocacionados ou obedientes, aqueles que foram convocados para a função, precisam apropriar-se dela, precisam tornar-se formadores e esse é um caminho complexo. Como exercer essa função? Ser formador implica cuidadoso e perene trabalho consigo mesmo, incessante atividade de autoconhecimento e aprendizagem ininterrupta.
É preciso que haja no formador a possibilidade de trabalhar a si mesmo no sentido de lidar com suficiente naturalidade com o que viveu na sua própria formação.
A capacidade de dialogar e de facilitar aos jovens a expressão clara e a reflexão profunda também é básica e deriva da autoconfiança do formador. Em suma, a função é trabalhosa e exige um alto grau de coerência por parte do responsável, pois, no cotidiano, onde a vida de fato flui, é muitíssimo importante que as verbalizações e as ações coincidam e, para que isso de fato ocorra, é preciso que a pessoa se livre de perfeccionismos, frustrações mal trabalhadas, rigorismos, moralismos e preconceitos que possam obscurecer o trabalho de acompanhamento.
Além disso, o formador deverá ter conhecimento acerca de áreas afins, como a psicologia, antropologia, sociologia etc., além de especial atenção a aspectos políticos, sociais e históricos, num trabalho a ser feito por uma equipe multidisciplinar. É o formador que acaba dando a tônica para o acompanhamento e o ambiente no processo formativo. Um formador que não seja preparado para isso, que não tenha a afetividade e a sexualidade bem integradas, certamente influenciará negativamente os formandos, pois, mesmo sem perceber, passará para eles uma nítida impressão de incoerência.
Um formador que não trata o assunto de forma respeitosa, certamente formará religiosos e padres que acreditam poder fazer o mesmo. Um formador que vive uma vida dupla passará para o formando a mensagem de que isso é possível. Um formador que reprime a dimensão afetivo-sexual transmitirá aos formandos um estilo de vida autoritário, rigorista, disciplinado, como forma de mascarar suas dificuldades nesse aspecto ou buscará compensações noutras áreas. Um formador que não vive o celibato e a continência poderá abusar dos formandos ou até mesmo pouco se importar com eles (cf. PINTO, p. 253-274; cf. FARIA, p. 289-290);
6) A formação dos formandos: temas como afetividade e sexualidade fazem parte do trabalho formativo durante toda a vida. Por isso não podem ser apenas abordados em foro privado (direção espiritual ou confissão) durante o processo formativo. Isso não basta, porque tão importante dimensão da formação acaba ficando dependente da abertura do formando ou da capacidade de o formador tratar do assunto. Muitas vezes nem um nem outro se encontram confortáveis para isso. O formando, como sabemos, pode ocultar e até mentir. O formador, por sua vez, pode não saber como abordar o tema por timidez, falta de competência e até mesmo falta de integração da própria sexualidade. Uma nova cultura formativa nesse campo se caracteriza pela formação de um ambiente que tenha maturidade pra lidar com o assunto, tratando-o e maneira devida, em que todos possam falar de seus sentimentos e dos seus desejos sem receios. Uma formação que favoreça o encontro com profissionais competentes, leituras, estudos que ajudem a ter também uma visão científica sobre o tema, sem reduzi-lo à sua dimensão teológica e espiritual. Uma formação que assuma a fragilidade das pessoas, que não parta do princípio que todos estão bem integrados nesse campo, de que todos sabem lidar com seus desejos e afetos. Uma formação que não compactue com a duplicidade de vida, com busca de compensações, mas com a verdade e a transparência (cf. VEIGA, p. 159-169; cf. ZACHARIAS, p. 234-241);
7) Propostas relacionadas ao processo formativo: romper com um estilo de formação de vida e de relacionamentos “clericalmente narcisista” exigirá:
a) questionar-se continuamente sobre as lógicas que produzem os fenômenos com os quais, hoje, nos escandalizamos. Isso implica não ter receio de dar nome aos problemas, aos processos, às culturas e subculturas, aos comportamentos que foram, aos poucos, tomando mais e mais espaço no processo formativo ou no dia-a-dia da vida apostólica;
b) distinguir imaturidade de imoralidade;
c) empenhar-se para que a conformação a Cristo não seja uma noção teórica ou mera reprodução de comportamentos, mas atinja o coração, os sentimentos e a sensibilidade, a ponto de envolver também a sexualidade e os desejos sexuais;
d) assumir com seriedade a formação, o acompanhamento e o discernimento vocacional: não baratear a seriedade do processo formativo por questões numéricas, legalizando e canonizando a mediocridade; a escassez vocacional e o medo de perder candidatos muitas vezes leva a encher os seminários com qualquer tipo de motivação, tais como insegurança afetiva, busca de poder, glória ou bem-estar econômico;
e) favorecer que o processo formativo seja uma experiência de radical discipulado;
f) escolher bem e preparar os formadores;
g) servir-se do recurso a especialistas em ciências psicológicas;
h) formar para a humildade, no sentido de reconhecer o poder libertador da verdade;
i) considerar que na dinâmica vocacional, o chamado da parte de Deus e precede a opção por parte do sujeito;
j) educar para a solitude;
l) priorizar a formação do coração;
m) solidificar a vida teologal (cf. ZACHARIAS, p. 234-241; cf. MILLEN, p. 173-190; cf. VEIGA, p. 157-172; cf. CARVALHO, p. 135-156);
8) Propostas relacionadas à sexualidade:
a) combater a mentalidade de que os abusos sexuais são problemas exclusivos dos culpados e que estes devem pagar rigorosamente pelo que fizeram (a falta de responsabilidade e de fidelidade pessoal não deixa de ser coletiva);
b) optar pela humildade, como modo de pôr-se diante da sexualidade e assumi-la como mistério;
c) tratar das questões sexuais com seriedade e responsabilidade, sem relegá-las apenas ao foro íntimo (direção espiritual e sacramento da reconciliação;
d) propor positivamente o celibato e a continência, isto é, reconhecer que se trata de uma vocação que transcende a norma canônica ou constituições e regulamentos;
e) valorizar e promover experiências de amizade autêntica;
f) assumir que a sexualidade é uma questão central no processo de formação, mas também na própria missão dos padres;
g) elaborar e assumir um itinerário de formação para a castidade – ou para a sexualidade ou para o amor – como instrumento de formação ou prevenção, a fim de que, em todas as fases da formação sejam abordados, com naturalidade e transparência, temas que contribuam para uma maior compreensão da sexualidade e de sua integração;
h) combater a mentalidade de que o importante não é ser fiel, mas discreto quando for infiel;
i) revisar continuamente a cultura e as estruturas institucionais para corrigir o que possa favorecer os abusos e os escândalos sexuais;
j) edificar comunidades de pessoas que se esforcem para amar, respeitar, apoiar uma às outras; que partilhem alegrias e sofrimentos, angústias e esperanças, que se empenhem em afastar do próprio meio o ciúme, a inveja, a competição; que se disponham a corrigir o que nelas existe de anticomunitário; que reconheçam a importância de relações feitas na reciprocidade, palavras verdadeiras, olhares limpos, amizades fiéis, perdão partilhado, afeto intenso, que se oponham decididamente ao indiferentismo, individualismo, egocentrismo (cf. ZACHARIAS, p. 241-246; cf. ALMEIDA, p. 113-134);
O papa Francisco tem insistido no fato de que a vida sacerdotal e consagrada tem de ser testemunhada por pessoas felizes, realizadas, de bem com a vida, capazes de atrair para Cristo. Essa insistência de Francisco tem profunda relação com a nova cultura formativa ansiada por todos – na qual a dimensão afetiva-sexual é essencial. Oxalá a leitura, os questionamentos, os apontamentos e as indicações concretas do livro Igreja e escândalos sexuais: por uma nova cultura formativa ajude-nos a edificar uma nova cultura formativa com coragem e generosidade, pois os acontecimentos recentes não permitem mais ajustamentos, retoques e cuidados meramente estéticos.
ALMEIDA, A. L. B. de. Da ferida incurável à cicatrização dolorosa: uma reflexão propositiva diante dos desafios formativos da Igreja. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 113-134.
BORGES, S. de. D. Igreja e escândalos sexuais: o que mudou e o que precisa mudar. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 89-111.
CARVALHO, H. R. de. A urgência de formar o coração. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 135-156.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Diretrizes para a formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil. Brasília: Edições CNBB, 2019.
DEMASURE, K. Abuso sexual na Igreja Católica: compreendendo as dinâmicas. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 37-63.
FARIA, M. D. de. A urgência de itinerários de formação para a castidade. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 275-292.
MILLEN, M. I. de C. Formação e repressão do eros. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 173-190.
NEGRI, J. Apresentação. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 5-7.
PINTO, Ê. B. A formação de formadores: aspectos psicopedagógicos. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 253-274.
SANTOS, N. G. R. dos. Escândalos Sexuais: impactos na vida da Igreja. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 9-36.
VEIGA, A. C. de. Acompanhamento afetivo-sexual como parte da formação do seminarista. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 157-172.
ZACHARIAS, R. Equívocos no processo formativo. In: VEIGA, A. C.; ZACHARIAS, R. (Orgs.). Igreja e escândalos sexuais. Por uma nova cultura formativa. São Paulo: Paulus, 2019. p. 209-252.
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Por uma nova cultura formativa na igreja: uma urgência provocada pelos escândalos sexuais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU